quarta-feira, 30 de julho de 2014

Cidade das Cinzas, de Cassandra Clare

Cidade das Cinzas (Os Instrumentos Mortais #2)Cassandra Clare
Editora: Galera Record
Ano de lançamento: EUA: 2008 – BRA: 2011
Título original: City of Ashes: The Mortal Instruments
Número de páginas: 406
Outros livros da série: Cidade dos Ossos; Cidade das Cinzas; Cidade de Vidro; Cidade dos Anjos Caídos; Cidade das Almas Perdidas; Cidade do Fogo Celestial;

Aviso: esta resenha contém spoilers do livro anterior

Cidade das Cinzas tem uma temática um pouco diferente de Cidade dos Ossos, o primeiro livro de Os Instrumentos Mortais. De cara, já percebemos que a Cassandra não foca mais apenas em Clary, como vinha acontecendo até então. Muitos capítulos e parágrafos são narrados com foco em outros personagens, tais como Alec, Simon, Luke, Valentim e outros. Até personagens novos são apresentados dessa maneira e temos a chance de conhecer mais sobre eles. Como eu já disse, a Clary fica uma pouco de lado nesse livro e dá espaço para os coadjuvantes, principalmente no início.
O enredo do livro começa alguns dias depois da batalha de Renwick, com aqueles que lutaram ainda tentando voltar à rotina. No entanto, como o Submundo não fica parado nem por um instante e Valentim ainda está solto por aí, espreitando, novos mistérios começam a assustar os seres mágicos de Nova York. Isso porque jovens do Mundo das Sombras estão sendo violentamente assassinados e tendo seu sangue drenado (que espécie de ser faria isso?). Mas esse não é o único problema dos Caçadores de Sombras, pois depois do roubo do Cálice Mortal, agora é a vez da Espada da Alma ser roubada pelo aparentemente indestrutível exército de Valentim.
Completamente desestabilizada e prestes a se tornar ruínas, a Clave envia a Inquisidora para investigar o roubo, que, aos seus olhos, é muito suspeito. A única testemunha viva é Jace, que sobreviveu a um massacre que nunca imaginou que veria, e o fato de ser filho de Valentim não o ajuda muito agora que ele foi expulso do Instituto e está agindo de maneira estranha, como se não se importasse com nada e pudesse estar mesmo do lado do perverso ex-Caçador de Sombras. Sendo assim, ele tona-se o principal suspeito de ser cúmplice do pai no roubo do segundo dos Instrumentos Mortais. Porém esse não será o único crime pelo qual poderá se julgado pela Clave, e por conta disso Jace poderá sofrer graves consequências. Algumas das quais ele preferiria a morte a ter de encará-las.
Ao mesmo tempo em que essa parte do enredo se desenvolve, vamos descobrindo aos poucos quais são os planos de Valentim dessa vez e porque ele precisa da Espada. Também somos pegos de surpresa por algo que a Cassandra reservou para o Simon, o que se torna o principal motivo pelo qual ele está sendo mais explorado na obra. Isso e o fato de que ele passa a ter mais atitude, tentando se aproximar de Clary da maneira que sempre quis. Ele acredita que agora, depois de ela ter descoberto que é irmã de Jace e ver o romance deles ir pelos ares, os dois poderão ficar juntos.
De fato, o romance entre os irmãos parece ter ficado aprisionado no primeiro volume da série. Nessa continuação, a discussão dos dilemas pelos quais eles não devem ficar juntos continua, mas logo é deixada de lado. No lugar, um outro romance rouba a cena por um instante, mas também não é por muito tempo, pois a série definitivamente não é um romance. Nem deveria ser. Eles podem até aparecer, mas não é o mais marcante do livro, que, por sinal, não tem tanta ação quanto Cidade dos Ossos.
Para completar a trama, embarcamos mais fundo no Submundo e seus cenários camuflados por magia. Eu diria que de uma forma geral, mas com um foco maior no universo dos lobisomens. Os outros seres mágicos também, como os vampiros e as fadas (as traiçoeiras fadas...), mas não tanto quanto os lobisomens. Depois de descobrirmos a história de Luke e sua paixão por Jocelyn, eles ganharam um espaço maior na série.
Vários novos personagens chegam à trama, alguns mocinhos e outros vilões. A família Lightwood, por exemplo, enfim volta de Alicante e assim podemos conhecer os pais de Alec e Isabelle. Max, o irmão deles, também. A propósito até o Church, o gato desobediente que serve de guia no Instituto, resolve dar às caras novamente. O que me deixou feliz, óbvio, considerando que ele é um dos meus personagens favoritos, embora ele mal entre em cena e não seja de fato uma pessoa. Realmente, a Cassandra para me fazer gostar tanto de um gato fictício. Nunca achei que isso fosse possível.
Cidade das Cinzas não tem toda a beleza e mágica que Cidade dos Ossos esbanja. E, mesmo que não seja tão bom quanto o seu antecessor, isso não quer dizer que não seja excepcional. Ele é apenas diferente. Diferente de um jeito bom. Diferente de um jeito que faz você gostar dele e se lembrar de que valeu a pena dedicar várias horas do seu dia à história – e tudo o que ela faz você sentir.
            Simplesmente... maravilhoso. Não resta dúvidas de que a série é uma válvula de escape da realidade, para quando você está disposto a abrir mão de tudo e fugir do material por um tempo, dando asas à imaginação.


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