Editora: Galera Record
Ano de lançamento: EUA: 2008 – BRA: 2011
Título
original: City of Ashes: The Mortal Instruments
Número de páginas: 406
Outros livros da série: → Cidade dos Ossos;
→ Cidade
das Cinzas; → Cidade de Vidro; → Cidade dos Anjos Caídos; → Cidade das Almas Perdidas; → Cidade do Fogo Celestial;
Aviso: esta resenha contém
spoilers do livro anterior
Cidade das Cinzas tem
uma temática um pouco diferente de Cidade dos Ossos, o primeiro livro de Os Instrumentos Mortais. De cara, já percebemos que a Cassandra não foca mais apenas em Clary, como vinha acontecendo até
então. Muitos capítulos e parágrafos são narrados com foco em outros
personagens, tais como Alec, Simon, Luke, Valentim e outros. Até personagens
novos são apresentados dessa maneira e temos a chance de conhecer mais sobre
eles. Como eu já disse, a Clary fica uma pouco de lado nesse livro e dá espaço
para os coadjuvantes, principalmente no início.
O enredo do
livro começa alguns dias depois da batalha de Renwick, com aqueles que lutaram
ainda tentando voltar à rotina. No entanto, como o Submundo não fica parado nem
por um instante e Valentim ainda está solto por aí, espreitando, novos
mistérios começam a assustar os seres mágicos de Nova York. Isso porque jovens
do Mundo das Sombras estão sendo violentamente assassinados e tendo seu sangue
drenado (que espécie de ser faria isso?). Mas esse não é o único problema dos
Caçadores de Sombras, pois depois do roubo do Cálice Mortal, agora é a vez da
Espada da Alma ser roubada pelo aparentemente indestrutível exército de
Valentim.
Completamente
desestabilizada e prestes a se tornar ruínas, a Clave envia a Inquisidora para
investigar o roubo, que, aos seus olhos, é muito suspeito. A única testemunha
viva é Jace, que sobreviveu a um massacre que nunca imaginou que veria, e o
fato de ser filho de Valentim não o ajuda muito agora que ele foi expulso do
Instituto e está agindo de maneira estranha, como se não se importasse com nada
e pudesse estar mesmo do lado do
perverso ex-Caçador de Sombras. Sendo assim, ele tona-se o principal suspeito
de ser cúmplice do pai no roubo do segundo dos Instrumentos Mortais. Porém esse
não será o único crime pelo qual poderá se julgado pela Clave, e por conta
disso Jace poderá sofrer graves consequências. Algumas das quais ele preferiria
a morte a ter de encará-las.
Ao mesmo tempo
em que essa parte do enredo se desenvolve, vamos descobrindo aos poucos quais
são os planos de Valentim dessa vez e porque ele precisa da Espada. Também
somos pegos de surpresa por algo que a Cassandra reservou para o Simon, o que
se torna o principal motivo pelo qual ele está sendo mais explorado na obra.
Isso e o fato de que ele passa a ter mais atitude, tentando se aproximar de
Clary da maneira que sempre quis. Ele acredita que agora, depois de ela ter
descoberto que é irmã de Jace e ver o romance deles ir pelos ares, os dois
poderão ficar juntos.
De fato, o
romance entre os irmãos parece ter ficado aprisionado no primeiro volume da
série. Nessa continuação, a discussão dos dilemas pelos quais eles não devem
ficar juntos continua, mas logo é deixada de lado. No lugar, um outro romance
rouba a cena por um instante, mas também não é por muito tempo, pois a série definitivamente não é um romance. Nem
deveria ser. Eles podem até aparecer, mas não é o mais marcante do livro, que,
por sinal, não tem tanta ação quanto Cidade dos Ossos.
Para completar a
trama, embarcamos mais fundo no Submundo e seus cenários camuflados por magia.
Eu diria que de uma forma geral, mas com um foco maior no universo dos
lobisomens. Os outros seres mágicos também, como os vampiros e as fadas (as
traiçoeiras fadas...), mas não tanto quanto os lobisomens. Depois de
descobrirmos a história de Luke e sua paixão por Jocelyn, eles ganharam um
espaço maior na série.
Vários novos
personagens chegam à trama, alguns mocinhos e outros vilões. A família
Lightwood, por exemplo, enfim volta de Alicante e assim podemos conhecer os
pais de Alec e Isabelle. Max, o irmão deles, também. A propósito até o Church,
o gato desobediente que serve de guia no Instituto, resolve dar às caras
novamente. O que me deixou feliz, óbvio, considerando que ele é um dos meus
personagens favoritos, embora ele mal entre em cena e não seja de fato uma
pessoa. Realmente, só a Cassandra para me fazer gostar tanto de
um gato fictício. Nunca achei que isso fosse possível.
Cidade das Cinzas
não tem toda a beleza e mágica que Cidade dos Ossos esbanja. E, mesmo que não seja tão bom quanto o seu antecessor,
isso não quer dizer que não seja excepcional. Ele é apenas diferente. Diferente
de um jeito bom. Diferente de um jeito que faz você gostar dele e se lembrar de
que valeu a pena dedicar várias horas do seu dia à história – e tudo o que ela
faz você sentir.
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