Insurgente (Divergente #2) – Veronica Roth
Editora: Rocco
Ano de lançamento: EUA: 2012 – BRA: 2013
Título
original: Insurgent
Número de páginas: 512
Aviso: esta resenha contém spoilers do livro anterior
Beatrice Prior –
Tris, na Audácia – é Divergente. E ser uma Divergente na sociedade em que vive
é extremamente perigoso. O seu segredo se espalhou aos poucos, sem que muitas
vezes ela pudesse impedir, de alguma forma, que tantas pessoas soubessem o que
ela realmente é. Ser Divergente pode salvá-la, mas também pode ter o feito
inverso. Em vez de protegê-la, pode matá-la. No entanto, ela já aprendeu que
ser Divergente é melhor que ser normal. Isso impede que seus inimigos controlem
seu cérebro, efeito ao qual a maior parte de Chicago está suscetível.
A morte de um de
seus melhores amigos ainda assombra Tris. Mas o que mais a assusta é saber que ela
foi a responsável por apertar o gatilho e acertar a cabeça de Will, exatamente
onde mirou. Um tiro para matar, e não apenas para imobilizar. No momento, ela
não pensou nas consequências que enfrentaria se fizesse realmente aquilo. Não
havia outra escolha, havia? Era Tris ou Will, e seus instintos agiram da
maneira certa: colocaram-na em primeiro lugar, porque assim é a humanidade.
Egoísta. Está no sangue e não há como escapar. Só os verdadeiramente altruístas morreriam para não matar, mas ela é Divergente. Não é só Abnegação. Não é só
Audácia. Não é só Erudição. É as três facções juntas, às vezes reunindo apenas
as melhores qualidades de cada uma delas dentro de si. Mas nem tudo é
inteiramente bom, como nem tudo é inteiramente mal. Um pouquinho do Céu e do
Inferno, coisas as quais grande parte da sociedade muitas vezes desconhece.
Sociedade nova. Crenças novas. Mas certas pessoas ainda acreditam Nele.
Além de si
mesma, ninguém mais sabe que foi Tris quem matou Will. Ela teve a chance de
contar para todos o que fizera, mas preferiu esperar e já não sabe mais como
fazer isso. Acabou tornando-se um segredo. Um segredo que a está corroendo por
dentro. Tris já não consegue mais segurar uma arma sem que imagens do corpo do
amigo caído no chão invadam sua mente. E isso a coloca em estado de extremo
perigo, considerando o rumo que as coisas na cidade tomaram.
A guerra
aproxima-se cada vez mais. A Audácia está dividida: a maioria dos membros optou
por juntar-se à Erudição, traindo, assim, o restante dos membros, que
representam os Insurgentes, os rebeldes que se opõem ao governo estabelecido.
Dessa forma, a Audácia que vai contra a Erudição precisa se abrigar em alguma
das outras facções – com exceção da Abnegação, que foi parcialmente destruída
pelos ataques da simulação e agora está dominada. Chegou a hora das demais
facções fazerem uma escolha e decidirem de qual lado ficar. Amizade. Franqueza.
Não dá mais para se manterem neutras na guerra, fingindo que nada está
acontecendo. Coisas que a sociedade jamais viu ou imaginou que enfrentaria
tornaram-se reais, eclodiram.
Mas não acaba
por aí, há também os sem-facção. Os pobres seres que habitam lugares
inadequados e vivem de maneira precária estão tramando algo, e Tris terá de
descobrir – sozinha – o que é. Tobias, seu namorado, poderia ajudá-la, mas não
dá para confiar nele no que diz respeito aos sem-facção. Isso porque ele
esconde algo, algo que irá pôr em prova o seu amor.
Na luta
incessante pela sobrevivência, Tris enfrentará os piores problemas. Mortes,
traições, verdades estarrecedoras. Enquanto tenta descobrir quais são seus
reais amigos, ela acaba topando com um segredo a respeito de seus pais. Eles
morreram por conta de uma informação, algo que a Erudição conseguiu tomar da
Abnegação. E alguém sabe do que se trata, mas talvez não seja uma boa ideia
confiar nele. Quero dizer, depois de tudo o que ele já fez... escolher o lado
errado pode significar a morte. E a morte, agora, representa a alienação da
sociedade. A verdade precisa ser revelada, não importa quantos corpos cairão
mortos por conta disso. “Como um animal selvagem, ela é poderosa demais para
ser mantida aprisionada”.
Com final surpreendente
e revelações chocantes, Insurgente
prova por que Veronica Roth é uma das escritoras com menos de 30 anos mais
famosas da atualidade. E essa sequência da trilogia apenas atiça os leitores
para Convergente, que promete ganhar
aqueles que ainda não se renderam completamente à série. Recheado de suspense e
ação, é leitura obrigatória para os amantes de um mundo distópico e ideias
fantásticas. Simplesmente genial.
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