segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Insurgente, de Veronica Roth

Insurgente (Divergente #2) Veronica Roth
Editora: Rocco
Ano de lançamento: EUA: 2012 – BRA: 2013
Título original: Insurgent
Número de páginas: 512
Outros livros da trilogia: Divergente; Insurgente; Convergente

Aviso: esta resenha contém spoilers do livro anterior

Beatrice Prior – Tris, na Audácia – é Divergente. E ser uma Divergente na sociedade em que vive é extremamente perigoso. O seu segredo se espalhou aos poucos, sem que muitas vezes ela pudesse impedir, de alguma forma, que tantas pessoas soubessem o que ela realmente é. Ser Divergente pode salvá-la, mas também pode ter o feito inverso. Em vez de protegê-la, pode matá-la. No entanto, ela já aprendeu que ser Divergente é melhor que ser normal. Isso impede que seus inimigos controlem seu cérebro, efeito ao qual a maior parte de Chicago está suscetível.
A morte de um de seus melhores amigos ainda assombra Tris. Mas o que mais a assusta é saber que ela foi a responsável por apertar o gatilho e acertar a cabeça de Will, exatamente onde mirou. Um tiro para matar, e não apenas para imobilizar. No momento, ela não pensou nas consequências que enfrentaria se fizesse realmente aquilo. Não havia outra escolha, havia? Era Tris ou Will, e seus instintos agiram da maneira certa: colocaram-na em primeiro lugar, porque assim é a humanidade. Egoísta. Está no sangue e não há como escapar. Só os verdadeiramente altruístas morreriam para não matar, mas ela é Divergente. Não é só Abnegação. Não é só Audácia. Não é só Erudição. É as três facções juntas, às vezes reunindo apenas as melhores qualidades de cada uma delas dentro de si. Mas nem tudo é inteiramente bom, como nem tudo é inteiramente mal. Um pouquinho do Céu e do Inferno, coisas as quais grande parte da sociedade muitas vezes desconhece. Sociedade nova. Crenças novas. Mas certas pessoas ainda acreditam Nele.
Além de si mesma, ninguém mais sabe que foi Tris quem matou Will. Ela teve a chance de contar para todos o que fizera, mas preferiu esperar e já não sabe mais como fazer isso. Acabou tornando-se um segredo. Um segredo que a está corroendo por dentro. Tris já não consegue mais segurar uma arma sem que imagens do corpo do amigo caído no chão invadam sua mente. E isso a coloca em estado de extremo perigo, considerando o rumo que as coisas na cidade tomaram.
A guerra aproxima-se cada vez mais. A Audácia está dividida: a maioria dos membros optou por juntar-se à Erudição, traindo, assim, o restante dos membros, que representam os Insurgentes, os rebeldes que se opõem ao governo estabelecido. Dessa forma, a Audácia que vai contra a Erudição precisa se abrigar em alguma das outras facções – com exceção da Abnegação, que foi parcialmente destruída pelos ataques da simulação e agora está dominada. Chegou a hora das demais facções fazerem uma escolha e decidirem de qual lado ficar. Amizade. Franqueza. Não dá mais para se manterem neutras na guerra, fingindo que nada está acontecendo. Coisas que a sociedade jamais viu ou imaginou que enfrentaria tornaram-se reais, eclodiram.
Mas não acaba por aí, há também os sem-facção. Os pobres seres que habitam lugares inadequados e vivem de maneira precária estão tramando algo, e Tris terá de descobrir – sozinha – o que é. Tobias, seu namorado, poderia ajudá-la, mas não dá para confiar nele no que diz respeito aos sem-facção. Isso porque ele esconde algo, algo que irá pôr em prova o seu amor.
Na luta incessante pela sobrevivência, Tris enfrentará os piores problemas. Mortes, traições, verdades estarrecedoras. Enquanto tenta descobrir quais são seus reais amigos, ela acaba topando com um segredo a respeito de seus pais. Eles morreram por conta de uma informação, algo que a Erudição conseguiu tomar da Abnegação. E alguém sabe do que se trata, mas talvez não seja uma boa ideia confiar nele. Quero dizer, depois de tudo o que ele já fez... escolher o lado errado pode significar a morte. E a morte, agora, representa a alienação da sociedade. A verdade precisa ser revelada, não importa quantos corpos cairão mortos por conta disso. “Como um animal selvagem, ela é poderosa demais para ser mantida aprisionada”.
Com final surpreendente e revelações chocantes, Insurgente prova por que Veronica Roth é uma das escritoras com menos de 30 anos mais famosas da atualidade. E essa sequência da trilogia apenas atiça os leitores para Convergente, que promete ganhar aqueles que ainda não se renderam completamente à série. Recheado de suspense e ação, é leitura obrigatória para os amantes de um mundo distópico e ideias fantásticas. Simplesmente genial.




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